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O fim da gestão

Será que chegamos ao fim da gestão?

Em seu livro O Futuro da Administração Gary Hamel e Bill Breen fazem uma provocação;


Quem está no comando da sua empresa?


Se respondesse o CEO, a equipe de executivos ou todos os colaboradores, a resposta estaria certa, mas, não estaria completa.


Por que?


Para eles, porque as empresas estão sendo administradas por um pequeno grupo de teóricos como Frederick W. Taylor, Henry Ford, Henri Fayol, Alfred Sloan, Douglas McGregor, Abraham Maslow, Elton Mayo, Amitai Etzioni, Mac Weber e pela fantástica Mary Parker Follett e outros.


De certa forma Gary e Bill têm razão, afinal, se verificarmos a gestão das empresas são extremamente parecidas e variam muito pouco de uma empresa para outra.


Os produtos e serviços se desenvolveram e se desenvolvem em uma velocidade alucinante.


Um pequeno exemplo;


Em 1945, mais precisamente no auge da Segunda Guerra Mundial os americanos John P. Eckert e John W. Mauchly apresentavam ao mundo a fantástica e moderna máquina de processamento de dados, o ENIAC – Eletronic 
Numerical Integrator and Calculator. Um computador capaz de realizar cinco mil somas e 360 multiplicações por segundo. Pesava trinta e duas toneladas, media trinta metros e tinha dezessete mil quatrocentas e sessenta e oito válvulas cuja vida útil era de três mil horas, ou seja, a cada dez minutos era necessário a troca de uma delas.


No final da tarde do dia 3 de abril de 2010, sessenta e cinco anos depois outro americano, não menos genial, Steve Jobs criava uma alvoroço nas lojas especializadas com o lançamento de seu mais novo produto. Uma prancheta eletrônica batizada de iPad com espessura de 1,3 centímetros e peso de 680 gramas, ou seja, trinta e um mil, novecentos e noventa e nove quilos e trinta e trinta e duas gramas mais leve do que o primeiro computador.

Agora tente lembrar de uma mudança notável na prática de gestão?


Difícil, não?


Pois é, parece que somos obrigados a concordar com Gary e Bill;


A gestão está ultrapassada.


Isto faz com que as empresas "mais admiradas" do mundo não sejam tão adaptáveis como precisam, tão inovadoras como poderiam ou tão divertidas para se trabalhar como deveria.


Por quê?


Porque o que restringe o desempenho de uma organização não é o seu modelo de negócios, não é o seu modelo operacional, mas, sim o seu modelo de gestão e o modelo de gestão está ultrapassado.


O modelo de gestão utilizado hoje pelas empresas foi criado por aqueles poltergeists que habitavam a máquina bolorenta da gestão.


Era perfeito para funcionar em ambientes de relativa estabilidade e sujeito a poucas mudanças, e não para os tempos atuais com grande quantidade de variáveis complexas, mudanças abruptas, janelas de oportunidades reduzidas, avanço da tecnologia, aumento do poder do consumidor e com dinheiro e produtos circulando sem fronteiras pelo mundo.


O ambiente que as empresas do século XXI enfrentam é mais volátil do que nunca;


A internet está transferindo o poder de barganha dos fabricantes para os consumidores com grande rapidez.


Os ciclos das estratégias estão diminuindo.


Os custos de comunicação em queda livre e a globalização estão abrindo os setores para um grande número de novos concorrentes que praticam preços ultrabaixos.


As empresas estão se vendo progressivamente envolvidas em "redes de valor" e "ecossistemas" sobre os quais têm apenas controle parcial.


À medida que o ritmo das mudanças se acelera, cada vez mais as empresas encontram-se na contramão da curva da mudança.


Essas novas realidades exigem novos recursos e novas competências 
gerenciais e empresariais:


Para prosperar as empresas terão de ser tão estrategicamente adaptáveis como são operacionalmente eficientes.


Se as empresas quiserem ser mais inovadoras e inteligentes do que uma multidão crescente de start-ups, devem aprender a inspirar seus colaboradores para que deem o melhor de si todos os dias.


Para proteger suas margens, elas devem tornar-se entusiastas de inovações transgressoras.


Como administradores somos prisioneiros de um paradigma que nos desafia a reinventar a gestão acima de qualquer outro objetivo.


Como seres humanos somos definidos pelas causas a que servimos, portanto, para inventar o futuro da gestão, precisamos mais do que fé intelectual no valor da inovação em gestão.


Precisamos de uma paixão por alguns desafios muito específicos e muito nobres.


Precisamos pensar diferente para agir diferente.


Algum tempo atrás eu fiz uma provocação;


A administração é ciência, técnica ou arte?


Isto gerou uma série de discussões saudáveis, agora ouso lançar outro desafio.


Será que chegamos ao fim da gestão?